Virús do Natal!
22 de dez. de 2011
por
Neluma Magalhães
Dezembro, 1970.
Era quase
natal, Chico de sete anos começara a escrever sua cartinha para o Papai Noel.
Desde sempre, o sonho do garoto era ter uma bola de capotão, uma bola
resistente, algumas com as costuras aparentes, famosas e caras na época.
A mãe de Chico,
Dona Maria, trabalhava incessantemente, lavava roupa para algumas madames da
cidade e sustentava o filho com muito suor e dificuldade. Alegrava-se em ver o
pequeno tão animado com o Natal, mais logo se entristecia, pois jamais
conseguiria dar-lhe o presente que desejava. Maria andava muito angustiada, teria
de optar por contar ao Chico que essa coisa de Papai Noel não existe, e que ela não teria o dinheiro para presentea-lo, porém
qual mãe quer acabar com os sonhos dos filhos?
Na véspera da
grande ceia, Dona Maria, deixou Chico com a vizinha, correu para o centro da
cidade, já em cima da hora para entregar algumas roupas e com a esperança de encontrar
uma bola mais barata para filho. O comercio estava lotado e muitas pessoas
ainda permaneciam ali na busca do presente ideal. Passando pelas lojas a mãe de
longe avistou a tão sonhada bola de capotão, olhara o preço e não acreditava
que uma bola poderia custar tanto, jamais conseguiria pagar com seu trabalho de
lavadeira. Na prateleira havia uma única já murcha no canto, ninguém compraria
aquela bola. Com a imagem do filho na cabeça, Maria já imaginava o garoto
eufórico de felicidade ganhando uma bola daquela. Olhou para um lado, olhou
para o outro, a loja lotada, pensou não estar sendo vista, teve medo.. mais
pegou a bola de capotão murcha no canto da prateleira e colocou na sacola. Sem
saber como agir, a mãe tentou passar despercebida e queria logo ir embora dali,
quando foi saindo da loja um guarda/segurança a parou, segurou firme em seu
braço:
- Onde a
senhora está indo? Que sacola é essa?
Assustada, Maria respondeu
nervosa:
-
Estou indo embora seu guarda, essa sacola é minha!
-
Então abra, eu quero ver o que há dentro.
A índole de Maria era boa, a
mulher não sabia mentir, envergonhada já se desesperou e foi logo dizendo:
-
Moço, eu fiz mesmo uma besteira, o meu filho queria muito ganhar uma bola
dessas de Natal, porém eu jamais conseguiria pagar, eu ganho pouco, e mal
consigo o pão de cada dia. Desculpe-me seu guarda, não me prenda, mais o meu
pequeno escreveu a cartinha para o Papai Noel e pediu com tanta fé a bola que
eu não me segurei, eu só queria fazê-lo feliz moço, não me prenda.
Aos prantos Maria entrega a
cartinha escrita por Chico, com letrinhas tortas e difíceis de serem
entendidas.
O guarda não pensou duas vezes,
grosseiro e gritando retrucou:
-
Olha minha senhora, PEGUE SEU RUMO, e vá embora, eu não vou prendê-la mais eu
NÃO QUERO NENHUMA VAGABUNDA LADRA EM NOSSA LOJA!
A mãe saiu
chorando da loja, pegou o ônibus e foi embora derramando-se em lágrimas até chegar em
casa, pensara em tudo que havia aprendido na infância, e quanto seus pais
ensinaram-lhe a ser honesta, envergonha de sua atitude, Maria estava inconsolável,
jamais tinha feito algo parecido, como pode perder a cabeça dessa forma, como
chegaria em casa de mãos vazias, não daria nenhum presente ao Chico.
Maria pegou o filho na vizinha, e seguiu para
casa, fez o jantar e Chico não parava de falar na tal bola que ganharia no dia
seguinte do Papai Noel, insistia para mãe colocar um sorriso no rosto, afinal
era Natal, aniversário do querido Jesus.
A mãe mal
conseguiu dormir, chorara a noite toda pensando na bola e no que tinha feito.
Na manhã de Natal, Maria acorda com barulhos na casa e risadas de Chico, sem
entender, levanta rápido da cama para ver o que há por ali. Na sala o pequeno
brinca com a bola de capotão:
- Mamãe olha o
que eu ganhei do Papai Noel!! Ele passou aqui e jogou a bola no quintal mamãe!
Eu tenho uma bola mãezinha!
Maria abismada
com a situação, correu no portão, olha fora e viu subindo um senhor, logo que
olho pra trás viu a mãe no portão. Sorridente, ele acenou:
- Maria um
feliz Natal para você e seu filho!
Era o guarda,
que enchera a bola murcha e com a cartinha em mãos deixada pela mãe na loja,
foi levar alegria aquela casa, ele, totalmente pego pelo vírus do Natal..
História adaptada pelo espírita Marcos Crispim - Centro Bezerra de Menezes.
E sinceramente, que eu e você sejamos pegos também por esse virús do Natal, e possamos levar alegria onde quer que formos, é só isso que o Papai do Céu deseja!
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1 comentários
Muito linda a mensagem, final inesperado... me emocionei!
Você é espírita?
beijinhos
Eu fui pega por esse vírus!
http://www.deliriosdeconsumo.com/